29.10.06



Venceu o POVO. E não é mais uma frase feita. Povo, aquele que precisa. Aquele que sente na pele as melhorias administrativas de um país, e que sofre amargamente com a inexistência delas. Quem não tem emprego, comida, moradia, saneamento básico. Aquele que implora para se manter vivo. Que não tem acesso a cultura. Que de tão carente apela para o que muitas vezes não está certo - mas é o que está aliviando o barulho na barriga do filho adoentado. Mais uma etapa vencida na batalha contra o preconceito em todas as seus reflexos: de classe, de raça, cor, crença, ideologia, cultural, regional... Hoje quem votou no Luís Inácio Lula da Silva derrotou a burguesia, aquela que não se garante, aquela que tem medo que a educação seja para todos porque aí a desputa será justa, aquela que acumula riquezas desde o descobrimento desta pátria em cima daqueles sem instrução mas que construíram com suas mãos este País. Derrotamos a classe média e toda a sua pose. Pose do que? De ser médio, mediano, meio termo. Pose por não passar fome, pose por ter alimento, por ter acesso. Essa classe que deveria ter pose por ter condições de ajudar os menos favorecidos, que deveria se comprometer com um trabalho voluntário, que poderia aliviar o trabalho do Governo, que poderia ser mais cidadão. Derrotamos quem, por não ser beneficiário dos programas de incentivo do Governo Federal porque não precisa, votou contra. Derrotamos aquele eleitor que vota para ele, e não para a maioria. Derrotamos quem não se comove com as misérias do próximo, quem luta por causa própria, quem vence a todo custo nem que para isso precise subir na cabeça de seu semelhante. Vencemos os ridículos, quem não tem apego ao bom senso, os desfundamentados irritantes de plantão. Agora muitas mulheres estão tranquilas, porque o Ministério que trabalha por eles não será extinto. Mães agradecem a Deus porque seus filhos continuarão recebendo o ensino, a merenda escolar, o transporte, o auxílio isso e aquilo. Hoje dá para dormir um tiquinho mais aliviada, porque pelo menos não iremos retroceder. Apoiamos o crescimento de nossa política externa, nossa visibilidade onde éramos vistos apenas como índios, mulatos, pobres e bundas. Hoje rebolamos no cenário internacional, e esta platéia aplaude. Hoje brasileiros fazem sucesso lá fora, nosso produto interno tem o que dizer. Exportamos aviões, temos a Petrobrás com uma autonomia fantástica tranquilamente até 2010. Temos diálogo, temos respeito. Hoje nossa opinião conta. E a Amazônia vai continuar sendo nossa, sim senhor. Está bom? Longe disso. Ainda há MUITO a ser feito, mas acredito que escolhemos hoje o caminho mais curto. Temos que cobrar, ficar no pé, lutar pelos nossos direitos, colar nas CPI´s (que estão aí para ir tirando o lixo - intalado há décadas - debaixo do tapete). Todos tem que cobrar, mas colocar em uso o bom senso, o respeito, o fundamento. Mais ainda quem votou neste Governo. Esses tem mais responsabilidade, porque acreditaram. Eu acreditei, eu vou cobrar. Eu ficarei indignada se este Governo não fizer por onde, se me fizer de palhaça, se não cumprir com o que tem anunciado. Tenho certeza que investigações muitas virão, que ninguém lá do Palácio do Planalto é santo porque nem eu o sou, nem o Mané da padaria, nem o Zé da esquina. Iremos errar, iremos acertar, mas enquanto o objetivo for digno a ética aliada a maturidade deverão ser colocadas em prática. Não dá mais para se prender a fatos isolados, nenhum País é construído assim. Não há mais espaço para pensamentos limitados onde o discurso é repetitivo e a visão é bairrista. Precisamos olhar de maneira ampla, globalizada, analisando o contexto para entender os meios. Mais do que nunca a história deste País precisa ser relida, investigada, remexida, cavucada, explorada, precisa vir a tona. Precisamos ter memória, e isso é urgente. Precisamos sim olhar para o passado para entender o futuro. Ninguém em sã consciência pode pautar sua vida apenas no futuro, porque aí não terá em que se basear, e os erros serão inevitáveis. Quanto mais fundo penetrarmos, a faxina será mais bem feita. Precisamos lustrar nossa pátria, porque agora não dá mais para ela perder o brilho. Estamos em moda, e não podemos deixar que seja apenas 15 minutos de fama. Crescimento sustentável, nisso que iremos nos agarrar agora. E em Deus. O Brasil precisa voltar a ser Terra de Santa Cruz. A indiferença com o próximo precisa ter fim. O amor precisa ser entendido não mais como aquele sentimento romântico dos enamorados, mas como uma postura de vida. Não há outra maneira de caminharmos, senão pelo amor. E não tem conversa, tem que amar. A todos, tem que amar. Cristo precisa estar refletido no próximo, o novo olhar precisa brotar de nosso coração. Não estamos mais em tempo de deixar a vida nos levar, porque pode ser que ela nos leve para o pior lugar. Rosários, vigílias, escapulários, todos unidos para o bem comum. Não há mais espaço para um Deus isolado. Enquanto o Deus for meu, não será nosso. O Pai precisa ser Nosso, senão não será de ninguém. Precisa acabar a vergonha de dizer que é de Deus, como precisa acabar esta exposição teatral e perigosa de se dizer de Deus. Não há mais espaço para tipos. Precisamos usar a informação a nosso favor, e não a ignorância contra nós. Precisamos permitir que a sabedoria vença a inteligência... Eu quero ir para o Céu, mas não quero ir sozinha. Quero todos lá comigo. Por isso que votei em um Governo que tem como slogan o trabalho para todos; e se ele diz que dará prioridade para a maioria, que é pobre, é desse lado que eu preciso estar. Não dá mais para ser partidário, agora é tempo de pensar no bem comum. Sapateia agora Luís Inácio: o crédito foi depositado, e a conta virá. Tem que vir. E se cada um pensa como pode, como disse Mário Quintana, precisamos poder mais. Feliz Brasil à todos nós, brasileiros! Boa vibrações!


"O Brasil não tem povo, tem público" Lima Barreto

"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem." Mário Quintana

"Podem os homens "vir" que não vão me abalar. Os cães farejam medo, logo não vão me encontrar." Me deixa - Marcelo Yuka/ O Rappa

"Fazer bons negócios é ver primeiro" Aristóteles Onassis

"É por isso que o seu compromisso é não ficar omisso e prestar atenção" Se não avisar o bicho pega - O Rappa


FABULOSO. NESTE TEXTO DE DANUZA ME ENCAIXO EM CADA LINHA...:

"... com presença de espírito e bom senso. (...) Com bom senso, insisto, liberdade e às vezes contrariando "o que ficou combinado". (...) Desmitificar. Guardar algumas regras imutáveis do bom convívio social e jogar fora, sem hesitação, um monte de coisas que já não tem razão de ser. (...) Descomplicar. (...) Boas maneiras, gentileza, cortesia. Quando em excesso, claro que é artificial, é apenas uma pessoa representando o papel de bem-educada. É fake, não engana ninguém. (...) Tenha coragem e independência para fazer o que você gosta, as coisas em que você acredita. (...) A verdadeira cortesia é pensar primeiro no outro antes de pensar em si mesmo. Se duas pessoas querem passar por uma porta estreita, vai ser preciso que uma dê lugar à outra. Isso é cortesia. Se estendo a mão com um sorriso, o outro também estende a sua e me retribui o sorriso. As pessoas se imitam. (...) Nunca pertenci a nenhum grupo, sempre pertenci a muitos. Esse é o lugar que escolhi para mim. Para os mais formais, devo parecer uma espécie de E.T. . Para os mais jovens, meio careta. É no que dá, pertencer a tantas gerações. Faço parte de uma tribo longe de qualquer tradição ou preconceito, de meio social indefinido, uma pessoa com idéias próprias, um certo bom senso. E que, mesmo defendendo as belas maneiras, dá mais valor à ética nas relações do que a qualquer procedimento tido como civilizado. (...) Mas também não devemos levar as coisas tão a sério. Vamos procurar ter boa vontade conosco e com os outros. (...) Gentileza não é artigo de luxo, mas sim de primeira necessidade." Na sala com Danuza (Introdução) - Danuza Leão


"Mas nessa noite tudo soa tão bem... (...) E tudo isso foi feito para mim e você..." Passageiro - Capital Inicial


Bandeira Nacional

A Bandeira do Brasil foi projetada, em 1889, por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares. Inspirada na Bandeira do Império, foi desenhada pelo pintor francês Jean Baptiste Debret, com a esfera azul-celeste e a divisa positivista "Ordem e Progresso" no lugar da Coroa Imperial, por sugestão de Benjamim Constant a Raimundo T. Mendes. A expressão foi extraída da fórmula máxima do Positivismo: "O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim", que se decompõe em duas divisas usuais - uma moral, 'Viver para outrém' (altruísmo - termo criado por Comte), ou seja, por o interesse alheio acima de seu próprio interesse; e outra estética, 'Ordem e Progresso', que representa cada coisa em seu devido lugar para a perfeita orientação ética da vida social. Dentro da esfera, está representado o céu do Rio de Janeiro, com a constelação do Cruzeiro do Sul, às 8h30 de 15 de novembro de 1889, dia da Proclamação da República. As estrelas foram inspiradas nas que, realmente, brilhavam no céu do Brasil, na histórica madrugada daquela data: "Espiga, Procium, Sirius, Canopus, Delta, Gama, Epsilon, Seta, Alfa, Antares, Lambda, Mu, Teta e outras".



Hino Nacional Brasileiro


Poema: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manoel da Silva

I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,Brasil!

II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do novo mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

(extraído do site: http://www.brasil.gov.br/pais/simbolos_hinos/hinos/letrahinonacional



Armas da República

É obrigatório o uso das Armas Nacionais: No Palácio da Presidência da República e na residência do Presidente da República; nos edifícios-sede dos Ministérios; nas Casas do Congresso Nacional; no Supremo Tribunal Federal, nos Tribunais Superiores e nos Tribunais Federais de Recursos; nos edifícios-sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário dos Estados, Territórios e Distrito Federal; nas Prefeituras e Câmaras Municipais; na frontaria dos edifícios das repartições públicas federais; nos quartéis das forças federais de terra, mar e ar e das polícias militares e corpos de bombeiros militares, nos seus armamentos, bem como nas fortalezas e nos navios de guerra; na frontaria ou no salão principal das escolas públicas; nos papéis de expediente, nos convites e nas publicações oficiais dos órgãos federais.



(extraído do site: http://www.brasil.gov.br/pais/simbolos_hinos/simb)


Este texto pelo menos é mais instrutivo...
E não preciso dizer que este símbolo também me emociona,,, Patriota que é uma coisa...

28.10.06


Selo Nacional


O Selo Nacional será constituído por um círculo representando uma esfera celeste, igual ao que se acha no centro da Bandeira Nacional, tendo em volta as palavras República Federativa do Brasil, para a feitura do Selo Nacional observar-se-á o seguinte: I - Desenham-se 2 (duas) circunferências concêntricas, havendo entre os seus raios a proporção de 3 (três) para 4 (quatro); II - A colocação das estrelas, da faixa e da legenda Ordem e Progresso no círculo interior obedecerá às mesmas regras estabelecidas para a feitura da Bandeira Nacional; e III - As letras das palavras República Federativa do Brasil terão de altura um sexto do raio do círculo interior, e, de largura, um sétimo do mesmo raio.

Cultura, cultura, cultura! Olha só que bacana, o quanto nos acrescenta essa informação, instaladinha lá no site do Governo... Tirando o lero-lero, fala sério: selo é tão bacana, tão bonito. É uma das poucas coleções que acho interessantíssimas, que admiro. E escrito "República Federativa do Brasil", fica lindo, pomposo, importante, né?! "República", olha só que gostoso de pronunciar... "Fe-de-ra-ti-va": não é bonito, convenhamos. Mas é estilodo, isso é. "do Brasil". Ahh... um encanto! "do Brasil"! Eu! "do Brasil"! Nós! "do Brasil" - um tantão de coisas... Brasileira, patriota, nacionalista, nacional, republicana, brasileirinha. Realmente significativo, cá pra mim. Nao consigo desistir dessa pátria, aqui dentro do meu peito. Ela me toca, me comove, me fascina. Ser parte dela, traduz aqui pra mim, cavucadinho nos meus botões, uma grandeza que me prende. Onde eu não saberia não respeitar, desde os tempos do colégio. Segunda-feira, primeira aula, alunos de pé, som nas caixinhas das salas todas, e o Hino Nacional penetrando em tudo. Enquanto muitos, e muitos mesmo, achavam um porre, não queriam manter a postura, a mão no peito, ou as mãos retas-e-esticadas coladas na lateral, não queriam cantar, erravam tudo, e contavam os minutos para que o fim se instalasse, a aluna Melissa Casale estava encantada, de fato. Cantando (não queria errar uma palavra, o que era quase impossível...), posicionada, determinada em cumprir posto de civil nesta imensidão que é o Brasil. Quando acredito, eu levo as coisas realmente a sério. E ainda não consegui desacreditar no Brasil. Tenho respeito por tudo o que ele significa. Tenho respeito. Eu não perco essa mania de ser essa patriota emocionada... Vai entender? Desde pequena carrego comigo esse amor pelo País que nascí. Pelas raízes. Pela fortaleza que deveria representar em nossa vida a "República Federativa do Brasil". Mas se precisamos nos dar o respeito para sermos respeitados, o que é que está havendo? Porque tanta baderna, tanta nojeira? Quando será que vai cair a ficha? Quando não tivermos mais água, ar puro, quando o lixo não couber mais aqui dentro, quando a natureza não mais aguentar essa exploração descabida e inconsequente, quando a Amazônia for apenas um dado histórico? Por Deus. Enquanto cada um acreditar que não adianta "dar o exemplo" já que uma andorinha sozinha não faz verão, vai ficar difícil, de fato. Precisamos entender, de maneira urgente, que A UNIÃO, NÃO APENAS FAZ A FORÇA, MAS FAZ ACONTECER. A UNIÃO FAZ. FAZ. Precisamos fazer, mudar de atitude, plantar àrvores, reciclar direito nossos lixos, não desperdiçar, não deixar a torneira pingando por preguiça de ir lá dar uma apertadinha, votar consciente, ser um civil participativo - em casa e na Câmara dos Deputados. Na escola do filho e no trabalho. Na reunião do prédio e na Igreja. Precisamos urgentemente se colocar no lugar do outro, praticar a caridade não apenas como uma boa ação diária, mas como opção de vida. Precisamos acreditar que vai dar certo, não perder o otimismo, a crença, a esperança. Porque senão vai do que já está para pior. Sodoma e Gomorra? Fichinha. O que está acontecendo hoje, no Mundo, é muito pior. Precisamos, repito, de maneira urgente, mudar de atitude. Tranquilizo-o que não será fácil, mas a tentativa já faz milagres. Precisamos sonhar juntos. Tirar a poesia do papel e das telas de computador e colocá-las em prática. Porque é mesmo muito bonito receber mensagens construtivas, mas é muito feio deixá-las alí, intocadas, presas na ideologa nunca colocada em prática. Precisamos deixar de viver na boa intenção (e eu aqui, claro, me incluo), e passarmos a contribuir para esse nosso mundo tão precisado.

"Grande pátria desimportante, em nenhum instante eu vou te trair, não, não vou te trair..." Brasil - Cazuza



(extraído do site: http://www.brasil.gov.br/pais/simbolos_hinos/simb)


Não tenho paciência para gente repetitiva. Me enjôa, me encomoda, e principalmente - sobretudo - me irrita. O Alckmin é repetitivo. O PFL e PSDB são, tem esse asco instalado, esse cinismo, essa lavagem cerebral que me lembra tanto a personalidade ridícula de Edir Macedo. Nosso presidente, continuou dando o tom, conduzindo um debate sozinho - pois apenas dele escutamos algo que acrescente. Domingo estarei conciente do meu voto, e desejo, lá do fundinho do meu coração, que, senão todos, mas a grande maioria esteja. Bom Brasil para nós. 4 anos é chão...

25.10.06


Mil Perdões/ Chico Buarque

Te perdôo

Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz
Te perdôo
Por pedires perdão
Por me amares demais
Te perdôo
Te perdôo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim
Te perdôo
Por ergueres a mão
Por bateres em mim
Te perdôo
Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de ti
Te perdôo
Por quereres me ver
Aprendendo a mentir (te mentir, te mentir)
Te perdôo
Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí
Te perdôo
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo
Por te trair


Pois é/ Chico Buarque

Pois é, fica o dito e o redito por não dito

E é difícil dizer que foi bonito
É inútil cantar o que perdi
Taí: nosso mais-que-perfeito está desfeito
E o que me parecia tão direito
Caiu desse jeito sem perdão
Então
Disfarçar minha dor eu não consigo
Dizer: somos sempre bons amigos
É muita mentira para mim
Enfim
Hoje na solidão ainda custo
A entender como o amor foi tão injusto
Pra quem só lhe foi dedicação
Pois é, e então ...


O Filho Que Eu Quero Ter/ Composição: Vinícius de Moraes

É comum a gente sonhar, eu sei
Quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar
Um sonho lindo de morrer.
Vejo um berço e nele eu me debruçar
Com o pranto a me correr.
E assim chorando acalentar
O filho que eu quero ter.
Dorme meu pequenininho,
Dorme que a noite já vem.
Teu pai está muito sozinho
De tanto amor que ele tem.
De repente o vejo se transformar
Num menino igual a mim
Que vem correndo me beijar,
Quando eu chegar lá de onde vim.
Um menino sempre a me perguntar
Um porquê que não tem fim.
Um filho a quem só queira bem
E a quem só diga que sim.
Dorme menino levado,
Dorme que a vida já vem.
Teu pai está muito cansado
De tanta dor que ele tem.
Quando a vida enfim me quiser levar
Pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar
No derradeiro beijo seu.
E ao sentir também sua mão vedar
Meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz e me embalar
Num acalanto de adeus...
Dorme meu pai, sem cuidado.
Dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter...



"Deixem as crianças vir a mim. Não lhes proíbam, porque o Reino de Deus pertence a elas. Eu garanto a você: quem não receber como criança o Reino de Deus, nunca entrará nele." . Então Jesus abraçou as crianças e abençoou-as, pondo a mão sobre elas. (Jesus Cristo segundo o Evangelho de Marcos 10, 14-16)


"E quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe." (Mateus 18, 5)

24.10.06

RCC pretende levantar um milhão de assinaturas em defesa da vida

A Renovação Carismática Católica (RCC), movimento pentecostal da Igreja Católica, quer colher, no Brasil, um milhão de assinaturas contra a descriminalização do aborto. O objetivo é entregar o abaixo assinado em favor da vida ao Congresso Nacional.

De acordo com Marizete Martins Nunes do Nascimento, Coordenadora Nacional do Ministério de Fé e Política da RCC, o dia “D” da colheita de assinaturas será 15 de novembro de 2006. “O abaixo assinado, deve chegar em todas as dioceses, cidades e grupos de oração do Brasil com um trabalho de corpo a corpo para colheita de assinaturas, nas paróquias, nas comunidades, nas famílias, nos locais de trabalho, nas associações etc”, destacou a coordenadora. Segundo ela, após esta data as assinaturas devem ser enviadas, pelos Correios, diretamente ao Escritório Administrativo da Renovação Carismática Católica do Brasil (RUA DR. ARTHUR MARTINS, 137, CEP 18035-250 - SOROCABA-SP). É neste escritório que será preparado um Ofício para envio das assinaturas aos parlamentares pelo Presidente do Conselho Nacional, Sr. Marcos Volcan. Marizete Martins explica que, para evitar delongas, cada cidade pode enviar direto para o Escritório Nacional, sem retornar ao Coordenador Estadual. “Quaisquer informações adicionais os Ministérios de Fé e Política e Universidades Renovadas estarão à disposição para esclarecimentos”, acrescenta a coordenadora.

Para Download do abaixo-assinado acesse o link:http://www.rccbrasil.org.br/formac/download_go.php?confirma=1&codigo=81&link=down&aba=formac.

Eu até entendo o desespero de uma pessoa que de repente se vê grávida, e não tem noção nenhuma do que vai fazer da sua vida com essa realidade, que se desespera, que não deseja, que chora, que ATÉ PENSA NA HIPÓTESE do aborto. Entendo porque somos humanos e a vida-nossa-de-meu-Deus é uma dureza que vou te contar. Temos lá nossa muitas fraquezas, totalmente compreensível. Massss... PENSAR é uma coisa, já ter coragem... Não entendo, não aceito, não concordo. EM HIPÓTESE NENHUMA!!! Uma vida. Uma vida inocente. Que tá lá, no seu útero. Você não pensou antes, tava bom, não quis cortar o clima? Minha filha, quem planta colhe, quem procura acha, e a gente tem que assumir nossos atos. Pra mim aborto é coisa de gente sem coração, irresponsável, egoísta. Depois vão condenar a Igreja por não ser a favor! Vejam só! Se as pessoas fossem coerentes, responsáveis, conscientes, não teriam esses sustos, esses, digamos, (perdão Senhor, não é o que penso, é só uma maneira de falar...) "imprevistos". Se está casadinho, será mais fácil dividir essa responsa. Nasce do amor, e aonde tem amor tudo tem jeito. Mas muitas vezes as pessoas não tem laços, afinidades, interesses, nada. Às vezes nem sentimento, só desejo momentâneo. Caraca! Senta, chora, engole o choro e vai fazer seu pré-natal, florzinha. Vai atrás de uma fonte de renda, vai aprender a fazer roupinha de nenê, aprender a ser prendada, pedir ajuda, ler livro de mamãe de primeira viagem (as bibliotecas públicas exigem apenas identidade, olha que maravilha! Às vezes comprovante de residência...), se virar nos 30. Vai se preparar para receber esse anjo, esse presente de Deus. Seu anjinho merece uma mamãe decente, sem vícios, com bons costumes, porque, na real real real mesmo, ele não pediu messssmo para nascer. Você que procurou, donzela. Vai ser dureza, mas vai ser também bacana que só! Olhar o rostinho do SEU FILHO não tem preço, as gracinhas, tanta inocência e ternura. E nasceu de você, olha só! Você gerou uma vida, não é fantástico?!! Com saúde, sem saúde, é seu. Porque esse papinho de "vindo com saúde, pode ser menino ou menina" é um disparate! Sem saúde também é super bem vindo, embora seja mais difícil. Se Deus te mandou assim, tem porque. Ele não te dá um peso maior do que você possa aguentar, pode ter certeza. Então, aí tem o caso de gravidez por estupro, ou acidente (que é mais raro que milagre). Casos sérissimos. Mas se você não procurou, se Deus permitiu, é porque Ele deseja que você prossiga com essa gravidez. Calma, serenidade, muita oração, desprendimento, aceitação. Resignação, eu diria. Maria recebeu a Jesus, uma jovem MUITO jovem. E o recebeu com muito amor e resignação. Não teve estupro na história, foi obra do Divino Espírito santo, mas também não foi programado. De repente, ela era mãe. Por mais que as lembranças sejam duras, repugnantes até, Deus permitiu que esse anjo fosse gerado dentro de você. Eis o mistério da fé, não é mesmo. Apesar de ser uma verdade que às vezes nos deixa desoladas, mas está aí. Um dia, com certeza, a gente vai entender tudo isso. Seja nessa vida-cá ou na vida-Lá. Mas negar o DIREITO de uma vida, fora de cogitação. Até porque a gente não pode esquecer: não matar é o 5º Mandamento da Lei de Deus, não pecar contra a castidade (fidelidade) é o 6º Mandamento, e não desejar a mulher do próximo é o 9º. Isso entre 10, veja a seriedade do assunto.

Vamos no Catecismo da Igreja Católica, para clarear mais o assunto: "A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida" (Cf. CDF, instr. "Donum vitae" 1, 1)

"Antes mesmo de te formares no ventre materno eu te conheci; antes que saísse do seio, eu te consagrei" (Jr 1, 5)

"Meus ossos não te foram escondidos quando eu era feito, em segredo, tecido na terra mais profunda" (Sl 139, 15)

Desde o primeiro século a Igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou. Continua invariável. O aborto direto, quer dizer, querido como um fim ou como um meio, é gravemente contrário a lei moral:

"Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém nascido" (Didaqué 2,2; cf. Barnabé, ep. 19,5; Epist. a Diogneto 5,5; Tertuliano, apol. 9)

"Deus, senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo de preservar a vida para ser exercido de maneira condigna ao homem. Por isso a vida deve ser protegida com o máximo cuidado desde a concepção. O aborto e o infanticídio são crimes nefandos (GS 51, § 3).

A cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave. A igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana. "Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae" (CIC, cân. 1398) "pelo próprio fato de cometer o delito" (CIC, cân. 1314) e nas condições previstas pelo Direito (CF. CIC, cân. 1323-1324) . Com isso a Igreja não quer restringir o campo da misericórdia. Manifesta, sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente morto, a seus pais e a toda sociedade.

O direito inalienável de todo indivíduo humano inocente à vida constitui um elemento constitutivo da sociedade civil e de sua legislação:

"Os direitos inalienáveis da pessoa devem ser reconhecidos e respeitados pela sociedade civil e pela autoridade política. Os direitos do homem não dependem nem dos indivíduos, nem dos pais, e também não representam uma concessão da sociedade e do Estado; pertencem à natureza humana e são inerentes à pessoa em razão do ato criador do qual esta se origina. Entre estes direitos fundamentais é preciso citar o direito à vida e à integridade física de todo ser humano desde a concepção até a morte" (CDF, instr. "Donum vitae"3).

"No momento em que uma lei positiva priva uma categoria de seres humanos da proteção que a legislação civil lhes deve dar, o Estado nega a iguadade de todos perante a lei. Quando o Estado não coloca sua força a serviço dos direitos de todos os cidadãos, particularmente dos mais fracos, os proprios fundamentos de um estado de direito estão ameaçados... Como consequência do respeito e da proteção que devem ser garantidos à criança desde o momento de sua concepção, a lei deverá prever sanções penais apropriadas para toda violação deliberada dos seus direitos" (CDF, instr. "Donum vitae"3).

Visto que deve ser tratado como uma pessoa desde a concepção, o embrião deverá ser defendido em sua integridade, cuidado e curado, na medida do possível, como qualquer outro ser humano.

O diagnóstico pré-natal é moralmente lícito "se respeitar a vida e a integridade do embrião e do feto humano, e se está orientado para a sua salvaguarda ou a sua cura individual... Está gravemente em oposição com a lei moral quando prevê, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto. Um diagnóstico não deve ser o equivalente de uma sentença de morte" (CDF, instr. "Donum vitae" 1,2)

"Devem ser consideradas como lícitas as intervenções sobre o embrião humano quando respeitarem a vida e a integridade do embrião e não acarretarem para ele riscos desproporcionados , mas visem à sua cura, à melhora de suas condições de saúde ou à sua sobrevivência individual" (CDF, instr. "Donum vitae" 1,3)

"É imoral produzir embriões humanos destinados a serem explorados como material biológico disponível" (CDF, instr. "Donum vitae" 1,5)

"Certas tentativas de intervenção sobre o patrimônio cromossômico ou genético não são terapêuticas mas tendem à produção de seres humanos selecionados segundo o sexo e outras qualidades preestabelecidas. Essas manipulações são contrárias à dignidade pessoal do ser humano, à sua integridade e à sua identidade" única, não reiterável (CDF, instr. "Donum vitae" 1,6)


Pessoas, a EXCOMUNHÃO É IMEDIATA, e só quem pode perdoar aqui, representando Cristo, é o Papa (mas convenhamos, fica meio difícil...), o Bispo (facilitou bem...) ou Pároco autorizado (que leva o caso ao Bispo antes...). Claro, isto é para quem comunga da fé cristã, especificamente quem é membro do Corpo de Cristo através da Igreja Católica. E isto é um ponto de vista, dos zilhões existente pelo mundo. Eu acredito neste. Piamente. E confio no fundamento católico. Bem naquela de "o que serve para mim, pode não servir para o outro"...

VIDA! BEM-AVENTURADA...



23.10.06

Escolhido o lugar das celebrações do Papa com os jovens

(ZENIT.org) - O hipódromo de Randwick acolherá em Sydney (Austrália) os eventos culminantes da Jornada Mundial da Juventude de 2008, o grande encontro e festa do Papa com jovens de todo o mundo. Assim confirmou o arcebispo de Sydney, o cardeal George Pell - também presidente do comitê organizador local - em 6 de outubro, junto ao arcebispo Stanislaw Rylko, presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, dicastério que supervisa a preparação do evento. Faltam 630 dias para o início da XXIII Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada pela décima ocasião fora da Itália, desta vez na Austrália. "Recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas"(Atos 1, 8) é o lema escolhido para a convocatória. Os momentos culminantes destes dias serão a vigília noturna e a Missa conclusiva que Bento XVI celebrará. A JMJ, acontecerá de 15 a 20 de julho de 2008. "Necessitávamos de um lugar que pudesse acolher 600 mil pessoas e lhes permitisse entrar e sair com a maior facilidade possível", explicou o cardeal Pell, segundo recolhe a organização. De acordo com o purpurado, estima-se que até 300 mil jovens peregrinos caminharão ao lugar designado para a vigília noturna do sábado com o Papa, e posteriormente dormirão ali, ao ar livre. E se espera a chegada de outros 300 mil na manhã seguinte, para unir-se à celebração da Santa Missa. "Sua Santidade Bento XVI deseja nesta primeira visita sua à Austrália celebrar a Missa no lugar onde o fizeram o Papa João Paulo II e o Papa Paulo VI antes dele", confirmou. A Jornada Mundial da Juventude em Sydney começará na terça-feira, 15 de julho de 2008, com uma Missa de abertura celebrada pelo cardeal Pell e pelo arcebispo Rylko, em um lugar ainda por definir. Na quinta-feira seguinte, Sydney dará as boas-vindas a Bento XVI.

Mais informação na página oficial plurilíngüe http://www.wyd2008.org. Novidades também no site: cancaonovanews.com.

Com a graça de Deus estarei lá...

Recebi uma proposta e topei. Mostrar minha barriga na tv. Já dei tanta gargalhada disso que nem acredito! Não formulem pensamentos maldosos... Foi para uma clínica de estética, bacana, bem conceituada. Concordei, mas não podia aparecer meu rosto. E APENAS a barriga. Era a barriga ou a perna, um dos dois, mas só. Esta era a condição. A equipe, profissionalíssima e de uma educação exemplar. Da clínica também, tão queridos que não tenho o que dizer. Alguns segundo e... "Srta. Melissa, pode vestir o seu roupão e muito obrigada..." Engraçado a gente fazer umas coisas dessas, a vida fica mais divertida. Me rendeu deliciosas risadas...

Escutei tanta música hoje, e esta aqui está me acompanhando ao longo do dia. Nada auto-biográfico. Só umas partes, então, para deixar isso tudo mais interessante...


“Se você voltar pra mim juro para sempre ser arlequim, e brincar o carnaval, viver uma fantasia real. Sou um triste pierrot mal-amado, mestre-sala desacompanhado, um bufão no salão a cantar... Colombina, hey! Seja minha menina, só minha. Bailarina, hey! Mandarina da China, rainha. Quero ser seu rei! Um rei momo, sem dono, sem trono. Abram alas pro amor! Minha vida sem você é uma canção de amor tão clichê. O meu “bem-me-quer” não quis, fez de mim um folião infeliz...” Colombina. Música e intérprete, Ed Motta. Letra de Rita Lee.

Bem receptiva, hoje.

22/10 - Domingo, dia do Senhor. Frei Rothmans com aquela unção tão própria e motivadora. Sempre consegue me fazer ir para casa querendo ser melhor... Hoje teve até mensagem do nosso Pontífice, Papa Bento 16, veja que bacana! Sobre as Missões. Enriquecedora, mas precisamos tirá-la do papel e aplicá-la em nossa vida.


Para ficar bonito mesmo, estava acompanhada por mamãe e Carlinhos. Meu amigo e eu batemos aquele papo que apenas amigos de verdade se permitem. Risadas no Burguer King... Planos, projetos, sonhos. A gente vai dar conta do recado, meu amor. Perceverança para nós. Salve, Salve, Vossa Majestade!

Para quem não foi à missa, perdeu. Não pode perder. 1 horinha que enriquece tanto... Mas pelo menos a mensagem do Papa eu entrego de bandeja a vocês. Vale cada linha. Beijos gigantescos à todos vocês, meus irmãos.


MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O LXXX DIA MISSIONÁRIO MUNDIAL
(Domingo 22 de Outubro de 2006)


"A caridade, alma da missão"


Amados irmãos e irmãs


1. O Dia Missionário Mundial, que celebraremos no domingo, dia 22 do próximo mês de Outubro, oferece a oportunidade para refletir este ano sobre o tema: "A caridade, alma da missão". Se não for orientada pela caridade, isto é, se não brotar de um profundo ato de amor divino, a missão corre o risco de se reduzir a uma mera atividade filantrópica e social. Com efeito, o amor que Deus nutre por cada pessoa constitui o coração da experiência e do anúncio do Evangelho e, por sua vez, quantos o acolhem tornam-se suas testemunhas. O amor de Deus, que dá vida ao mundo, é o amor que nos foi concedido em Jesus, Palavra de salvação, ícone perfeito da misericórdia do Pai celeste. Então, a mensagem salvífica poderia ser oportunamente resumida com as palavras do Evangelista João: "E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu Filho unigénito para que, por Ele, tivéssemos a vida" (1 Jo 4, 9). O mandamento de difundir o anúncio deste amor foi confiado por Jesus aos Apóstolos depois da sua ressurreição, e os Apóstolos, interiormente transformados no dia do Pentecostes pelo poder do Espírito Santo, começaram a dar testemunho do Senhor morto e ressuscitado. A partir de então, a Igreja continua esta mesma missão, que constitui para todos os fiéis um compromisso irrenunciável e permanente.

2. Por conseguinte, cada comunidade cristã é chamada a fazer conhecer Deus, que é Amor. Foi sobre este mistério da nossa fé que desejei deter-me para refletir na Encíclica "Deus caritas est". Com o seu amor, Deus permeia toda a criação e a história humana. Nas origens, o homem saiu das mãos do Criador como fruto de uma iniciativa de amor. Depois, o pecado ofuscou nele a marca divina. Enganados pelo maligno, os progenitores Adão e Eva faltaram ao relacionamento de confiança com o seu Senhor, cedendo à tentação do maligno, que neles infundiu a suspeita de que Ele era um rival e queria limitar a sua liberdade. Assim, ao amor divino gratuito eles preferiram-se a si mesmos, persuadidos de que desde modo confirmavam o seu livre arbítrio. Consequentemente, terminaram por perder a felicidade original e experimentaram a amargura da tristeza do pecado e da morte. Mas Deus não os abandonou e prometeu-lhes, bem como aos seus descendentes, a salvação, preanunciando o envio do seu Filho unigénito, Jesus, que teria revelado na plenitude dos tempos o seu amor de Pai, um amor capaz de resgatar toda a criatura humana da escravidão do mal e da morte. Por conseguinte, em Cristo foi-nos comunicada a vida imortal, a própria vida da Trindade. Graças a Cristo, Bom Pastor que não abandona a ovelha perdida, aos homens de todos os tempos é conferida a possibilidade de entrar em comunhão com Deus, Pai misericordioso, pronto a acolher novamente em casa o filho pródigo. Um sinal surpreendente deste amor é a Cruz. Na morte de Cristo na cruz escrevi na Encíclica Deus caritas est"cumpre-se aquele virar-se de Deus contra si próprio, com o qual Ele se entrega para levantar o homem e para o salvar o amor na sua forma mais radical [...] É lá que esta verdade pode ser contemplada. E começando de lá, pretende-se agora definir em que consiste o amor. A partir daquele olhar, o cristão encontra o caminho do seu viver e do seu amar" (n. 12).

3. Na vigília da sua Paixão, Jesus deixou como testamento aos discípulos, reunidos no Cenáculo para celebrar a Páscoa, o "novo mandamento do amor mandatum novum": "É isto que vos mando: que vos ameis uns aos outros" (Jo 15, 17). O amor fraterno que o Senhor pede aos seus "amigos" tem a sua fonte no amor paterno de Deus. O Apóstolo João observa: "Quem ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus" (1 Jo 4, 7). Portanto, para amar segundo Deus é necessário viver nele e dele: Deus é a primeira "casa" do homem, e somente quem nele habita arde com o fogo da caridade divina, capaz de "incendiar" o mundo. Não é talvez esta a missão da Igreja de todos os tempos? Então, não é difícil compreender que a autêntica solicitude missionária, compromisso primordial da Comunidade eclesial, está vinculada à fidelidade ao amor divino, e isto vale para cada um dos cristãos, para cada comunidade local, para as Igrejas particulares e para todo o Povo de Deus. Precisamente da consciência desta missão conjunta haure vigor a generosa disponibilidade dos discípulos de Cristo, para realizar obras de promoção humana e espiritual que dão testemunho, como escrevia o amado João Paulo II na Encíclica Redemptoris missio, "da alma de toda a atividade missionária: o amor, que é e permanece o verdadeiro motor da missão, constituindo também "o único critério pelo qual tudo deve ser feito ou deixado de fazer, mudado ou mantido. É o princípio que deve dirigir cada ação, e o fim para o qual deve tender. Agindo na perspectiva da caridade ou inspirado pela caridade, nada é impróprio e tudo é bom"" (n. 60). Deste modo, ser missionário quer dizer amar a Deus com todo o próprio ser a ponto de entregar, se for necessário, a vida por Ele. Quantos sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, também nesta nossa época, deram o supremo testemunho do seu amor com o martírio! Ser missionário significa debruçar-se, como o bom Samaritano, sobre as adversidades de todos, de forma especial dos mais pobres e necessitados, porque quem ama com o Coração de Cristo não busca o seu próprio interesse, mas unicamente a glória do Pai e o bem do próximo. Aqui está o segredo da fecundidade apostólica da ação missionária, que ultrapassa as fronteiras e as culturas, alcança os povos e se espalha até aos extremos confins do mundo.

4. Estimados irmãos e irmãs, que o Dia Missionário Mundial constitua uma ocasião útil para compreender cada vez melhor que o testemunho do amor, alma da missão, diz respeito a todos. Com efeito, servir o Evangelho não deve considerar-se uma aventura solitária, mas um compromisso compartilhado por todas as comunidades. Ao lado daqueles que se encontram na linha de vanguarda nas fronteiras da evangelização e aqui penso com reconhecimento nos missionários e nas missionárias muitos outros, crianças, jovens e adultos, com a sua oração e a sua cooperação, contribuem de várias maneiras para a propagação do Reino de Deus na terra. Formulo bons votos a fim de que esta partilha aumente cada vez mais, graças à contribuição de todos. Aproveito de bom grado esta circunstância para manifestar o meu agradecimento à Congregação para a Evangelização dos Povos e às Pontifícias Obras Missionárias (P.O.M.) que, com dedicação, coordenam os esforços envidados em todas as regiões do mundo, em favor da ação de quantos se encontram na primeira linha nas fronteiras missionárias. A Virgem Maria, que com a sua presença aos pés da Cruz e a sua oração no Cenáculo, colaborou activamente nos primórdios da missão eclesial, sustente a sua ação e ajude os crentes em Cristo a serem cada vez mais capazes do amor verdadeiro, para que num mundo espiritualmente sequioso se tornem nascente de água viva. Formulo de coração estes votos, enquanto concedo a todos a minha Bênção.

Vaticano, 29 de Abril de 2006.

PAPA BENTO XVI
Hoje (20/10), mais cedo, recebi a ligação de um ex-romance que disse não ter paz. Me deixou impressionada. Não sei escutar e deixar que saia pelo outro lado, não absorver. Foi rápido, às vezes ele nem pensou ao falar, mas a dona Melissa ficou matutando aquilo o dia inteiro. Não vamos exagerar, não o dia inteiiiiiiiro, mas em vários flashes do dia. Não tive coragem de ligar de volta... na verdade até tive, mas não sabia como falar o que queria falar sem parecer que queria uma reconciliação afetiva. Porque uma coisa não tinha nada a ver com a outra. Não estar junto não quer dizer que acabou a participação na vida do outro. Acredito que a amizade pode sim continuar. Ele disse que está só, sem paz, meu Deus. Queria que ele encontrasse a Deus para perceber que, como Santa Teresa diz “quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta”. Esse ex-romance tem tudo e não tem paz. Uma pessoa tão simples, e tão encanada com o que não tem importância nenhuma. Apegado ao que não edifica, e não sabe o que fazer. Mas sabe que tem que fazer, e já é um início. Deve ser terrível. É terrível. Uma vida intranqüila, inquieta, confusa. Por não ter o fundamental: a Deus. Porque se ter a Deus meio torto, meio sem fundamento ainda, mas ter aquela simplicidade de voltar os olhos ao céu e clamar a Sua misericórdia, é uma porta aberta. Dr., queria abrir essa porta para você. Mas ainda não sei como. Tenho pistas, apenas. Vou deitar agora e pedir a Deus colocar as palavras na minha boca, ou então criar situações para que você o descubra. Não quero ser omissa, Deus sabe. Bom, amanhã é um novo dia, quem sabe vem o click? Quero o teu bem um tantão assim.........................................................................................................
Mas não podemos confundir as estações. Quer saber? Que seja feita a vontade de Deus, não é mesmo? A gente não tem que ficar delimitando tanto as fronteiras. Só em algumas situações, aquelas de princípios, convicções, crenças. As espirituais. No mais, é só entregar nas mãos de Deus, ele conduz. Boa noite a todos nós, os conduzidos.


Hoje é aniversário da minha sobrinha. Ela já comemorou com maestria, por 10 dias de sonho, que serão lembranças para uma vida. Fico feliz por isso. Lembranças felizes são tão valiosas! Ela um dia vai saber do que estou falando. Mas como é de família esse “mesmo assim, só para não deixar passar em branco”, fomos conhecer uma pizzaria nova, com 2 meses apenas, na Vila Madalena. Ia falar Vila Madá, mas tem apelido (quase todos na sua maioria) que deprecia tanto o nome verdadeiro, e que a gente diz por costume, que é um desperdício. Madalena é tão mais saboroso ao pronunciá-lo. Mais bonito é lógico, mas tem palavra que é saborosa de pronunciar, esta é uma delas. É só escutar e cantar com Ivan Lins “ô Madalena!..” que você consegue tirar a prova do que estou falando. Madá! Coisa mais sem graça! Expressãozinha urbana mais sem graça... Então: rodízio, essas invenções para esfomeados. Eu sou esfomeada, mas sou domesticada, então acho de mal tom rodízios, acho um mal costume para ser franca. Pensa comigo: a gente come, come e come messssmo já satisfeita, mesmo não agüentando mais nada, e muitas vezes até nem achando tão delicioso assim, e come. E não adianta vir com esse papinho que não come, todo mundo quando à vontade com a (s) companhia (s) come – exageradamente! Minha família que o diga! Uma ala está domesticada, outra tentando, outra nem aí para o babado. Eu disse que sou domesticada, mas errei na expressão: eu sou da ala dos que estão tentando. Não consigo conviver com a hipótese de ser obesa um dia, mas amo comer. Então estou sempre tentando ser domesticada, seguir uma dieta para toda vida, como a própria palavra ensina. Pisei na bola mais uma vez, porque nem estava bom a tal da pizza. Na verdade só o lugar era uma graça, porque a pizza era péssima. Uma linha de tão fina, uma tragédia para mim que gosto de massa grossa com a borda transbordando! Fininha, recheio sem tempero (nem sal!), sabores esquisitos. E olha que aprecio bem novos paladares, mas desta vez ninguém merecia. O atendimento péssimo também, que dava até dó. Me deu vontade de falar para o dono, dar uma dicas, mas como não dá para ter garantia de que seriam bem acolhidas minhas críticas construtivas, fiquei foi bem na minha. Porque as pessoas na maioria das vezes preferem se afogar na lama do que escutar o próximo, bem ou mal intencionado. Eu gosto de escutar, porque quem sabe ali eu aprendo uma coisa nova? Mas fui embora do mesmo jeito que entrei. Pior, na verdade, porque antes tava tão bonitinha por dentro, e aí com aquele montão de pizza ruim dentro de mim devia estar um horror interno. Mas valeu por estar em família, por estar com minha sobrinha tão amada, celebrando uma data que marca um ciclo. E escutá-la contando as novidades não tem preço! É tão bom ver o brilho nos olhos de alguém! Fiquei tão encantada que agora quero para mim, olha que coisa boa! Isso é bom: contagiar-se com boas experiências. Nessas horas a gente percebe como o mundo é muito mais imenso do que podemos imaginar, e como ainda temos muito a conhecer. Bom isso, traz uma grandeza fabulosa. Uma amplitude feliz.
Vou falar pouco da minha menina. Aprendi a amá-la. Convivência, tempo, amadurecimento. Foi de fato uma conquista. Hoje a amo. Demais. Sinto sempre que ainda estou em falta, que deveria participar mais. Mas a gente se envolve com outras coisas de vida que quando vê você ficou mais uma vez na boa intenção.


Minha irmã disse essa semana que somos uma família que vive na boa intenção, e isso bateu fundo aqui pra mim. Ela falou falando. Sabe quando a gente fala e de repente sai? Despropositadamente. Eu, mamãe e Lê. Boa sacada, irmana. E não é que é verdade? Desejamos tanto bem, queremos tanto ajudar, favorecer, contribuir, mas depois morre na praia. Na boa intenção. Não quero deixar isso persistir. Coisa feia. E dou minha palavra que não é de propósito mesmo! Não é. Mas isso não torna a falta menos grave, não. Porque a gente tem que ser mais comprometido na vida. Tem que ser uma conquista diária. E como o caminho se faz caminhando mesmo, vou tentando acertar. Acredito que nós todos, mas só posso falar por mim. Não gosto dessa mania que tanta gente tem de se comprometer pelo outro. A minha irmã que foi um barato, olha só: ela, grávida, baita barrigão, fez uma promessa para caminhar de Guapé, cidade do interior de Minas Gerais, até uma comunidade rural próxima, de sei lá quantos quilômetros, não sei se o nome da comunidade é Santo Antônio, Aparecida, sei lá. Sei que é um costume anual do pessoal da cidade ou de ex-moradores, filhos da cidade e visitantes, fazerem uma caminhada até lá. Uns por diversão, outros poucos por penitência mesmo. A minha irmã fez como penitência a Deus, entrega. Muito bonito, penso eu. O engraçado é que ela fez para que eu pagasse! Veja só! Alegando que ela estava grávida, e como eu seria a Dindinha mesmo do bebê que viria, tava tudo certo. Cumpri, né, que jeito? Madrugada afora, com uma amigo querido, o Evandro, lá fomos nós. Rezando mais, mas também colocando os assuntos em dia. Pouco, porque era mais oração mesmo. Foi bom chegar, ver a igreja. Um dia feliz, esse. Preta, a Dindinha te ama. Demais da conta. Conte sempre com minhas orações, flor. E vou repetir: nunca deixe de pedir bença para titia, porque meu dia fica bem mais bonito, toma mais sentido. Que Deus a abençoe, e que Maria Santíssima esteja sempre presente em tua vida.

Nossa, como fui longe, hoje. Olha eu fazendo tipo... coisa feia, Melissa! Sempre vou longe. E se deixar, muito longe. Sou extensa, não disse? Não sei ser resumida. E quando, ás vezes, só ás vezes acontece de ser, fico admirada, como se tivesse conquistado um feito muito espetacular. Eu dou até risada de mim ás vezes, por ser tão humana! Sou uma comédia: tudo aqui dentro de mim é tão imprevisível que chega a ser até divertido! Só meu amor a Santíssima Trindade que não entra no pacote. Ele está instalado, fundamentado. Convicção mesmo. E ser filha da Igreja, certeza daquelas!

Dia desbandado – 20/10/06......................

Dia desses que a gente acha que vai seguir um curso programado e depois desbanda tudo. Não, não foi ruim. Foi bom. Mas desbandado. Não fiz nada do programado. Tá certo que o que é programado carrega consigo o morno, que é chato. Mas a vida é assim mesmo, faz parte daquela concepção do “responsável”, e disso quem quer ser certinho não dá para fugir. Ninguém que preza o bom senso pode fazer estripulias com seu dia-a-dia. Um dia a gente pode, no outro não, depois no outro também não (a rotina é benéfica, embora também morna e chata). , até chegar o dia que a gente desbanda. Desbandar é bom. Só ás vezes não é. Hoje nem sei o que foi, mas foi um desbandado sem sensação. É isso: sem sensação. Desbandado e só. Nem preciso dizer aqui que espero que me compreendam, mas pode apostar que tem gente que se identifica. Sempre tem. Pessoas tem imã, só que espiritual, moral, sentimental, e esse monte de “al” que pode surgir. Eu tenho imã com Clarice Lispector, Santa Teresa d´Ávila (ou de Jesus, viu?), Santa Terezinha do Menino Jesus, São Paulo (o apóstolo que era Saulo...). Pelo-amor-de-Deus, tenho imã, que nada mais é que afinidade, respeito, admiração. Mas não sou nem um tiquinho do que eles foram. Sou humana demais, crédo. E queria tanto não ser. Ás vezes tenho repulsa dessa humanidade, porque quem é humano é do mundo, e o mundo não te oferece coisa boa não. Queria poder afirmar como a Igreja (que amo) que “estou no mundo, mas não sou do mundo”. Ainda sou e estou. Mas não quero. Não quero, Senhor. E eu com essa urgência de vida, quero me livrar disso tudo e não ser daqui. Um dia vou ser de Lá, e aí vou ser feliz. Não que eu não seja, mas penso que ninguém que está do lado de cá seja feliz de todo. A gente tem momentos de felicidade, e já tá bom demais. Porque senão não ia ter sentido a propagando feita do lado de Lá, não acham? Aqui a gente tem que amadurecer para chegar mais amaciado do lado de Lá. Não, não tô falando de morte, afasta de mim esse pensamento negativo! Estou falando de vida, e daquela que eu acredito: em abundância. Então, voltando aos queridos nomes citados acima: amo-os. E amo tanto que nem sei. Amo o Papa João Paulo II (Karol Wojtyla...) e Renato Russo. Tá, eu sei que um não tem nada a ver com o outro, as opções de cada um foram bem diferentes, mas... será mesmo? Sempre penso isso. Não com os dois apenas, em tudo na vida, nas pessoas e suas diferenças que podem não ser tão opostas assim... E se as opções fossem as mesmas? Será que não teriam sido amigos? Será que não teriam afinidades? Ideológicas, de coração, de alma? Será que, e será que, e será que? A gente tem que pensar, porque Deus nos deu a inteligência para colocá-la em uso. Mas hoje em dia isso está tão em desuso, uma pena. Não sou favorável a zilhões de opções que o Renato Russo fez em vida-cá, mesmo. Mas e se tivesse dado nele um estalo diferente, meu Deus? Porque ele era de Deus, sem dúvida. Sentia demais, e quem sente fica mais próximo de Deus (daí ele escrever o que escrevia, e tão bem). Sensibilidade. O “ser sensível”. E isso não tem nada de gay – como tantos imaginam – senão eu também seria, já que convivo com minha sensibilidade a flor da pele sempre. E não o sou. Ser sensível em nada tem a ver com sexualidade. Hetero, bi, homo, trans e sabe se lá mais o que esse povo insiste em inventar para denominar o que na verdade são permissões muito particulares de cada um... Essa necessidade de nomear opções que o ser humano tem, essa necessidade de criar panelas, de separar em grupinhos, de delimitar espaço. De separar, basicamente é isso. Ele, o Renato, se permitia, e também quem se permite chega mais juntinho de Nosso Senhor. Não concordo com todas permissões, e não são todas que nos aproximam de Deus. Hoje as pessoas se permitem tanto o que na verdade deveria ser contido, e até cavucado para que seja desinstalado, curado, superado. Deveriam entregar a Deus como gesto de amor, de renúcia, de fé. Tem permissões que derrotam, que deturpa tudo, como se alí fosse apresentado a pessoa seu final infeliz. O que perturbava o Renato era o ego, penso eu. Porque ego perturba, sabe? A gente que se mete a pensar, fica entojado, porque fica naquela de ter o que dizer, o que fazer, o que mostrar, o que dever, o que cobrar. Imagem, entendem? Ou a zelar ou a escancarar mesmo, aparecidos que somos. E aí está o ego. E é esse cretino que nos prende ao mundo. Coisa feia essa nossa! E de tantas e tantas pessoas. Mas tem gente que já aprendeu a trabalhá-lo, e é nessas que tento me espelhar. Os da vida-cá e os da vida-Lá. Está aí toda a comunhão dos santos no Céu que não me deixam mentir. Sabia que não me conformo de quem não admira os santos? Isso é assunto para outro dia, porque é extenso (eu sou extensa...). Mas já inicio que acho isso coisa de gente que colocou a sua inteligência em desuso, que é limitado. Quer dizer, está, mas não é. Optou, digamos assim. Mas cada um no seu cada um e a gente respeita embora não entenda, e tem que ser assim mesmo. Fico na cola do fundamento em tudo o que acredito, é por isso, acho. Quando me vejo na frente de um desfundamentado, isso me irrita que Deus-me-livre! Olha só como sou limitada, Deus meu?! Me irrito, me irrito e peço perdão. Porque me irrito com tanta freqüência, e peço tanto perdão, que acho que uma hora, Deus só por misericórdia (apenas, porque merecer eu não mereço. Ninguém merece nada. Porque tudo é graça. Nisso eu acredito) vai me agraciar livrando-me dessa inquietação. Falta entendimento, sabedoria. Porque gente sábia é o bicho! É lindo de se ver! É ouro purinho... Aí que entra João Paulo II. Deus meu, que homem! Daqueles que se quer estar agarrado, quer se entrar lá dentro dele e ficar quietinha, saboriando suas atitudes, decisões, inquietações, e seu silêncio. O silêncio de pessoas como Karol deve ser linnnndo... Porque silêncio nem sempre é bom. Mas depende de quem protagoniza é um sonho, de tão virtuoso. Tenho bons silêncios, ouso afirmar. Nessas horas Deus fica mais presente. Mas já tive silêncios de enlouquecer, eu essa pobre pecadora. Tô amando o Bento 16. (dezesseis assim a gente assimila mais rápido. Acho uma besteira números romanos, quer saber? Eles deviam ficar apenas lá na matéria de história, para a gente saber que existiram, mas passaram do tempo de entrar em desuso...) Não, não é por ele ser Papa! (tá, também é por ele ser Papa...) Gosto de seus fundamentos. E consigo ver Cristo ali, agindo. Porque quando não vejo Cristo nas pessoas é um martírio interior! Acho apenas que, tadinho, às vezes tiram umas fotos dele que ele fica bem feinho, que se ele não fosse tão conhecido mundialmente, superficialmente por essas infelizes fotos iam achar ele meio medoinho. Não, ele não é feio, fisicamente. Mas é aquele negócio de expressão. Ele tem momentos fotogênicos infelizes de expressão. Também sofro disso, e é o ó. Fico tão horrível que desacredito. Ainda bem que quem conhece a gente (de verdade, de amor) sabe separar muito bem fotos infelizes, expressões infelizes, do que realmente somos. Bento 16 é bonito, um homem fisicamente bonito. Só tem esse problema de não ser fotogênico, porque de expressão ele não tem tanto. João Paulo não tinha, era uma beleza só! De qualquer jeito aquele homem de Deus era lindo! Até doentinho era um encanto! Queira Deus que ele não seja jamais abafado pela história... Mas Deus é quem decide, olha só minha ousadia!.. Gente, sou tão ousada que é até um disparate às vezes. Acho até bacana a pessoa ser ousada, mas muitas vezes peco pela falta de não saber muito bem conduzir isso na minha vida. O “quando-vejo-já-fiz” me persegue tanto, é não é falta de repudiá-lo não, pode acreditar! Acho que é uma dessas coisas muito particulares em cada ser humano mesmo, coisa de essência. Mas não é porque isso está instalado aqui que não vou passar minha vida tentando expulsá-lo daqui de dentro. Um dia consigo despejá-lo, para ir morar lá na casa do chapéu!

20.10.06


Carta Capital - 10/05/06
Maurício Stycer



Preconceito na mira Chico Buarque lança um novo CD depois de oito anos e, com a lucidez de sempre, fala sobre política, velhice e criação


Eleitor histórico de Luiz Inácio Lula da Silva. Chico Buarque aproveita lançamento de um disco inédito, depois de oito anos sem gravar, para dar o seu recado: nunca viu a figura do presidente da República ser tão desrespeitada quanto agora. Chico vê "uma rejeição desrespeitosa", "preconceitos arraigados", e a vontade furiosa de "despachar" Lula do poder, o que seria um grave "retrocesso" para o País. Intitulado Carioca, o CD passeia pelo Rio de Janeiro, falando em doses iguais de suas belezas e mazelas. O tema do disco é uma oportunidade para o compositor expor publicamente a sua visão mais que crítica da classe política carioca, a pior do País, na sua opinião. Nesta entrevista, com a lucidez habitual, Chico também discorre sobre violência urbana, drogas, velhice e imprensa.

Carta Capital: Os cariocas estão dispostos a ver o Rio de Janeiro de forma crítica, como o senhor propõe no disco e em recentes entrevistas?

Chico Buarque: Quando o Rio de Janeiro era a capital da República e havia um certo reconhecimento da hegemonia política e cultural da cidade em toda parte, a gente não precisava ficar sublimando essa superioridade. Hoje em dia, isso mudou. O peso é outro. O Rio perdeu importância. São Paulo cresceu muito. O bairrismo carioca que está surgindo veio como uma espécie de reação, um desdém, com ou sem justificativa, ao que vem de fora. E os cariocas contra-atacam São Paulo. Mas, até por sentimento arcaico de superioridade, o carioca se dá ao direito de falar mal da própria cidade.

CC: E o paulista?

CB: O paulista não fala mal de São Paulo. Quando vou para São Paulo, vou como visitante. Eu pego táxi no aeroporto e vejo aquele engarrafamento terrível. As pessoas não se queixam mais disso... E aí você fica sabendo de uma enchente na marginal Tietê, as pessoas demoram três horas para chegar em casa e nada. Ninguém reclama. Para nós, cariocas, isso é quase incompreensível. Não apenas no disco, mas também nas entrevistas, levanto questões para serem discutidas. Mas me dou ao direito de, como carioca, amar essa cidade e ao mesmo tempo apontar os problemas que são gritantes.

CC: Os políticos do Rio, por exemplo...

CB: Evidentemente, quando eu digo que os políticos do Rio são os piores, não quero dizer que são todos horrorosos. Acho que essa coisa de execrar a classe política como um todo é muito perigosa. especialmente para quem viveu a época da ditadura. para quem viu o golpe de 64, se arvorar como, o defensor da cidadania contra a corrupção, contra o comunismo etc. A política foi cerceada durante todos esses anos com essa justificativa: os políticos são todos iguais, os políticos são todos corruptos, a política é suja. Então, esse é um discurso muito perigoso.

CC: Quando o senhor se refere aos políticos, imagino que esteja se referindo à turma de ponta, que representa a cara do Rio na política nacional...

CB: Se você for olhar para cada partido, dá para ver isso. O PMDB deve estar com vergonha da atitude do Garotinho, que é a figura mais proeminente do partido no Rio. O PT carioca sempre viveu uma crise de identidade, com muitos conflitos. O PSDB é insignificante... O Rio é sempre um problema. A fusão do Estado da Guanabara com o Estado do Rio foi nociva para o Rio. Talvez fosse necessária, não sei. Mas foi imposta e o resultado não foi bom.

CC: Mas é sempre bom lembrar que somos nós, os eleitores, que escolhemos os políticos...

CB: O Rio de Janeiro já foi mais progressista, mais expressivo. No começo da ditadura, o Rio de Janeiro era o Estado da oposição, uma preocupação para os militares. Hoje em dia, isso se diluiu um pouco. Há fenômenos novos, a própria emergência dos evangélicos. O Brasil mudou, com o Rio não foi diferente.

CC: Essa situação incomoda?

CB: Não, não me incomoda, mas... Isso é apenas um disco, não é um manifesto político. Agora, se eu sou chamado a falar de política do Rio, vamos embora. Confesso que não é o meu assunto preferido.

CC: Apenas mais uma pergunta sobre esse tema, então. O que o senhor acha da decisão do Garotinho de fazer greve de fome?

CB: Eu não preciso nem dizer nada. Eu li nos jornais que representantes do próprio partido estão constrangidos com essa história.

CC: Em uma canção do disco, o senhor defende de passagem a adoção de uma política de combate às drogas diferente.

CB: Acho tão inócuo culpar o consumidor ou pedir que ele se abstenha de consumir droga quanto o papa ou o Bush proporem a abstinência sexual como única alternativa para se prevenir contra a Aids. A repressão policial também não produz resultados. É uma questão complicadíssima. Como é que se vai legalizar o comércio de drogas? Isso está sendo discutido em muitos outros lugares. No México, na Holanda.. E aqui eu não vejo isso ser discutido. O problema não é levado a sério. Eu também não gosto de ficar pontificando. Não quero que a minha canção seja um hino, uma bandeira em defesa das drogas. Mas, de fato, eu acredito que é melhor legalizar as drogas. Traz menos danos à sociedade do que o tráfico. A tentativa de responsabilizar o consumidor é ingênua, mais ingênuo que o sonho descrito na canção, que fala da maconha da tabacaria e das drogas da drogaria.

CC: Como o senhor viu a ocupação das favelas cariocas pelo Exército?

CB: A ocupação das favelas me espantou muito. E o que mais me espantou foi o apoio maciço da classe média, das pessoas que escrevem no jornal. Eu entendo o fato de a classe média estar apavorada. Eu entendo o resultado do plebiscito das armas: a pessoa achar que andar armada pode ser uma solução, pode contribuir para a defesa. Eu discordo. A imagem de canhões apontados para a favela, para mim, é assustadora. E, nas cartas de apoio, as pessoas defendem soluções drásticas, como se isso fosse resolver o problema do morro. É um erro tratar todo habitante do morro como um delinqüente, dizer que todos os moradores das favelas precisam ser removidos de lá, quando não eliminados, como está mais ou menos aparente e às vezes até explícito. O que se ouve é: "Toca fogo no morro, resolve isso de uma vez".

CC: Esse conservadorismo não chega a ser uma novidade...

CB: Sim, mas está cada vez maior.

CC: No ano passado, o senhor manifestou a esperança de que a crise política tivesse algum proveito e não apenas provocasse "alegria raivosa" em quem não votou no Lula. Hoje, qual é a sua avaliação da crise?

CB: A alegria raivosa está menos alegre porque há uma grande possibilidade de reeleição do Lula. Os opositores se batem contra isso de uma forma brutal. Há insultos contra a figura do presidente da República como eu nunca vi anteriormente, nem mesmo ao Collor. Tudo bem, está certo, o Lula, em ano eleitoral, faz o que pode para se reeleger e a oposição faz a sua parte para impedir. Mas acho que há uma rejeição despropositada, algo que passa do limite. Acho uma besteira bandeiras como "Fora, FHC!" Na verdade eu nunca bati muito bem com certos setores do PT. Nunca fui petista, mas, como votei seguidamente no Lula, me chamam de petista. Os petistas sabem que eu não sou petista. E eu via muitas vezes em alguns militantes essa arrogância de achar que quem não é petista é calhorda. Isso, pelo menos, é um proveito que se tira da crise. Acredito que o partido possa se reerguer, mas carregará essa mancha para sempre. E isso é bom.

CC: Mas o senhor acha que a critica está acima do tom?

CB: Acho que há um desrespeito ao presidente Lula. Há um componente, sim,de preconceito de classe muito forte. As pessoas não diriam "vagabundo","burro"e "imbecil" para um professor como Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e poliglota, ou mesmo para um representante da elite nordestina como o Collor. As pessoas se dão ao direito de se referir ao Lula dessa forma. Esses preconceitos estão arraigados. Dizem: "Nós lhe prestamos um favor, para você ocupar o palácio por um tempo. Como não se portou direito, vai embora". Isso é grave. A eleição dele foi muito boa para o Brasil. E despachar o Lula dessa forma não é bom. Simbolicamente é um retrocesso. E é o que as pessoas querem fazer. Ou seja, pessoas que nunca aceitaram muito bem a eleição de um operário metalúrgico e agora se voltam com toda a fúria.

CC: Em uma passagem do DVD, alguém pergunta: "Quantos discos o senhor ainda pretende fazer?" Depois de pensar um pouco, a sua resposta é: "Enquanto a gente estiver fazendo alguma coisa, está bom". A frase revela uma certa preocupação com o envelhecimento.

CB: Nem tanto. É claro que isso me preocupa porque chega um momento em que a gente sabe que não resta tanta vida pela frente. Eu não gosto da idéia de morrer. Gostaria de viver muito, com saúde e com capacidade de criar. É isso o que gosto de fazer. Por isso que, enquanto estiver fazendo, está bom. É bom escrever um livro, é bom escrever canções, é bom gravar... Trabalhar e criar, para mim, é essencial. Agora, a pergunta é complicada. Cada vez mais os tempos de criação são mais extensos. Levo mais tempo para escrever uma música hoje do que há 20 anos. Levo mais tempo para escrever um livro hoje do que os primeiros livros. Essa demora entre uma coisa e outra, esses tempos aumentando e a perspectiva de vida diminuindo... Por isso eu brinquei com ele: "Isso é pergunta que se faça?"

CC: Este é um disco um pouco mais melancólico que os anteriores?

CB: Eu não acho. Isso foi dito do meu último disco, o anterior. Talvez a minha voz seja triste. Ou talvez porque, no outro disco, eu tenha escolhido tonalidades mais graves. Isso talvez pudesse conduzir as pessoas a achar o disco mais triste. Mas eu não achava as canções tristes, nem as letras nem nada. Esse eu acho até mais brilhante nesse sentido de tonalidade, é um pouco mais vivo. Tem canções alegres, canções irônicas e canções tristes. Tem uma tão triste que o autor da música, o meu contra baixista, falou: "É tão triste, tão triste. mas tão triste, que chega a ser engraçada". E ele falou isso sem conhecer a letra. Quando ele disse isso. eu pensei: "Que bom, então está certa a letra".

CC: Qual é a diferença de gravar um disco por uma gravadora estrangeira e outro por uma gravadora brasileira?

CB: Para mim, na prática, nenhuma. Hoje, preciso de mais tempo de estúdio. E eu tive aqui toda a liberdade para fazer, para mudar coisas, para ficar insatisfeito, refazer tudo... Como tinha antes em gravadoras multinacionais. A esta altura eu sou bem tratado. Agora eles têm paciência comigo. Antigamente eles não tinham essa paciência toda, não. As músicas novas levaram um ano e meio para serem escritas. E o disco mesmo levou oito meses de estúdio.

CC: Como o senhor encara esse processo cada vez mais massificador de divulgação? Em um mesmo dia, o resultado do seu trabalho estará em todos os jornais e revistas...

CB: Nessa parte eu não me meto. Acontece muito quando eu lanço um livro. Mas esse é um problema mais da imprensa do que nosso. Essa é uma preocupação do departamento comercial da gravadora. Eu me submeti a isso. Eles perguntam: "Topas dar entrevista?" Eu topei, estou aqui falando. Quando lancei o livro, eu não dei entrevistas. O meu editor ficou zangado: "Como é que você não deu entrevista para o livro e agora fala?"

CC: Por que não deu entrevista para o livro?

CB: É difícil, mas eu procuro evitar me valer do nome que tenho. Não quero tirar proveito de 40 anos de vida pública para promover um livro. Quero separar uma coisa da outra. Eu não vou ocupar o caderno cultural dos jornais com um livro que, se fosse de outro escritor, não teria esse mesmo espaço. Acaba tendo espaço, mas pelo menos eu não contribuí para isso. Agora eu resolvi falar, até para não ser aquele artista que não fala nunca. O sujeito que não fala nada é a Greta Garbo. Se ele fala muito, é arroz-de-festa. Então eu resolvi ser arroz-de-festa uma vez para não ser esquecido.

CC: Recentemente, o senhor foi vítima de um paparazzo, que o flagrou com uma mulher casada na praia. Pelo visto, o episódio está superado...

CB: Eu já enfrentei situações piores. Não sou um sujeito cheio de melindres, não sou não-me-toques. Já briguei com a imprensa bastante, por motivos mais graves. Eu não vou querer lembrar isso agora. Há 20 anos a barra era mais pesada. Essa coisa de invasão de privacidade é chato, mas eu não vou deixar de viver por essa besteira. Não vou deixar de andar na praia por isso. Tive problemas, no passado com vários jornais. E não fiz greve de fome por causa disso. Alguns passavam da conta, falavam demais, mentiam. Deixei de falar com alguns. Mas depois de alguns anos eles me absolveram.

CC: O senhor tem uma preocupação particular com a preservação da sua obra, não?

CB: Eu trituro todos os rascunhos e jogo na fogueira. Hoje, menos, porque muitos rascunhos são apagados no computador. Algumas vezes eu imprimo e corrijo a mão. Esse material impresso eu prefiro destruir. É uma questão de pudor. Não quero que ninguém veja um rascunho inacabado.

CC: Dessa forma, o senhor pretende evitar o "comércio de material inédito"?

CB: Isso me incomoda bastante, mas comigo não vai acontecer. Não deixei rastros. E não vou deixar.