29.10.06



Venceu o POVO. E não é mais uma frase feita. Povo, aquele que precisa. Aquele que sente na pele as melhorias administrativas de um país, e que sofre amargamente com a inexistência delas. Quem não tem emprego, comida, moradia, saneamento básico. Aquele que implora para se manter vivo. Que não tem acesso a cultura. Que de tão carente apela para o que muitas vezes não está certo - mas é o que está aliviando o barulho na barriga do filho adoentado. Mais uma etapa vencida na batalha contra o preconceito em todas as seus reflexos: de classe, de raça, cor, crença, ideologia, cultural, regional... Hoje quem votou no Luís Inácio Lula da Silva derrotou a burguesia, aquela que não se garante, aquela que tem medo que a educação seja para todos porque aí a desputa será justa, aquela que acumula riquezas desde o descobrimento desta pátria em cima daqueles sem instrução mas que construíram com suas mãos este País. Derrotamos a classe média e toda a sua pose. Pose do que? De ser médio, mediano, meio termo. Pose por não passar fome, pose por ter alimento, por ter acesso. Essa classe que deveria ter pose por ter condições de ajudar os menos favorecidos, que deveria se comprometer com um trabalho voluntário, que poderia aliviar o trabalho do Governo, que poderia ser mais cidadão. Derrotamos quem, por não ser beneficiário dos programas de incentivo do Governo Federal porque não precisa, votou contra. Derrotamos aquele eleitor que vota para ele, e não para a maioria. Derrotamos quem não se comove com as misérias do próximo, quem luta por causa própria, quem vence a todo custo nem que para isso precise subir na cabeça de seu semelhante. Vencemos os ridículos, quem não tem apego ao bom senso, os desfundamentados irritantes de plantão. Agora muitas mulheres estão tranquilas, porque o Ministério que trabalha por eles não será extinto. Mães agradecem a Deus porque seus filhos continuarão recebendo o ensino, a merenda escolar, o transporte, o auxílio isso e aquilo. Hoje dá para dormir um tiquinho mais aliviada, porque pelo menos não iremos retroceder. Apoiamos o crescimento de nossa política externa, nossa visibilidade onde éramos vistos apenas como índios, mulatos, pobres e bundas. Hoje rebolamos no cenário internacional, e esta platéia aplaude. Hoje brasileiros fazem sucesso lá fora, nosso produto interno tem o que dizer. Exportamos aviões, temos a Petrobrás com uma autonomia fantástica tranquilamente até 2010. Temos diálogo, temos respeito. Hoje nossa opinião conta. E a Amazônia vai continuar sendo nossa, sim senhor. Está bom? Longe disso. Ainda há MUITO a ser feito, mas acredito que escolhemos hoje o caminho mais curto. Temos que cobrar, ficar no pé, lutar pelos nossos direitos, colar nas CPI´s (que estão aí para ir tirando o lixo - intalado há décadas - debaixo do tapete). Todos tem que cobrar, mas colocar em uso o bom senso, o respeito, o fundamento. Mais ainda quem votou neste Governo. Esses tem mais responsabilidade, porque acreditaram. Eu acreditei, eu vou cobrar. Eu ficarei indignada se este Governo não fizer por onde, se me fizer de palhaça, se não cumprir com o que tem anunciado. Tenho certeza que investigações muitas virão, que ninguém lá do Palácio do Planalto é santo porque nem eu o sou, nem o Mané da padaria, nem o Zé da esquina. Iremos errar, iremos acertar, mas enquanto o objetivo for digno a ética aliada a maturidade deverão ser colocadas em prática. Não dá mais para se prender a fatos isolados, nenhum País é construído assim. Não há mais espaço para pensamentos limitados onde o discurso é repetitivo e a visão é bairrista. Precisamos olhar de maneira ampla, globalizada, analisando o contexto para entender os meios. Mais do que nunca a história deste País precisa ser relida, investigada, remexida, cavucada, explorada, precisa vir a tona. Precisamos ter memória, e isso é urgente. Precisamos sim olhar para o passado para entender o futuro. Ninguém em sã consciência pode pautar sua vida apenas no futuro, porque aí não terá em que se basear, e os erros serão inevitáveis. Quanto mais fundo penetrarmos, a faxina será mais bem feita. Precisamos lustrar nossa pátria, porque agora não dá mais para ela perder o brilho. Estamos em moda, e não podemos deixar que seja apenas 15 minutos de fama. Crescimento sustentável, nisso que iremos nos agarrar agora. E em Deus. O Brasil precisa voltar a ser Terra de Santa Cruz. A indiferença com o próximo precisa ter fim. O amor precisa ser entendido não mais como aquele sentimento romântico dos enamorados, mas como uma postura de vida. Não há outra maneira de caminharmos, senão pelo amor. E não tem conversa, tem que amar. A todos, tem que amar. Cristo precisa estar refletido no próximo, o novo olhar precisa brotar de nosso coração. Não estamos mais em tempo de deixar a vida nos levar, porque pode ser que ela nos leve para o pior lugar. Rosários, vigílias, escapulários, todos unidos para o bem comum. Não há mais espaço para um Deus isolado. Enquanto o Deus for meu, não será nosso. O Pai precisa ser Nosso, senão não será de ninguém. Precisa acabar a vergonha de dizer que é de Deus, como precisa acabar esta exposição teatral e perigosa de se dizer de Deus. Não há mais espaço para tipos. Precisamos usar a informação a nosso favor, e não a ignorância contra nós. Precisamos permitir que a sabedoria vença a inteligência... Eu quero ir para o Céu, mas não quero ir sozinha. Quero todos lá comigo. Por isso que votei em um Governo que tem como slogan o trabalho para todos; e se ele diz que dará prioridade para a maioria, que é pobre, é desse lado que eu preciso estar. Não dá mais para ser partidário, agora é tempo de pensar no bem comum. Sapateia agora Luís Inácio: o crédito foi depositado, e a conta virá. Tem que vir. E se cada um pensa como pode, como disse Mário Quintana, precisamos poder mais. Feliz Brasil à todos nós, brasileiros! Boa vibrações!


"O Brasil não tem povo, tem público" Lima Barreto

"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem." Mário Quintana

"Podem os homens "vir" que não vão me abalar. Os cães farejam medo, logo não vão me encontrar." Me deixa - Marcelo Yuka/ O Rappa

"Fazer bons negócios é ver primeiro" Aristóteles Onassis

"É por isso que o seu compromisso é não ficar omisso e prestar atenção" Se não avisar o bicho pega - O Rappa


FABULOSO. NESTE TEXTO DE DANUZA ME ENCAIXO EM CADA LINHA...:

"... com presença de espírito e bom senso. (...) Com bom senso, insisto, liberdade e às vezes contrariando "o que ficou combinado". (...) Desmitificar. Guardar algumas regras imutáveis do bom convívio social e jogar fora, sem hesitação, um monte de coisas que já não tem razão de ser. (...) Descomplicar. (...) Boas maneiras, gentileza, cortesia. Quando em excesso, claro que é artificial, é apenas uma pessoa representando o papel de bem-educada. É fake, não engana ninguém. (...) Tenha coragem e independência para fazer o que você gosta, as coisas em que você acredita. (...) A verdadeira cortesia é pensar primeiro no outro antes de pensar em si mesmo. Se duas pessoas querem passar por uma porta estreita, vai ser preciso que uma dê lugar à outra. Isso é cortesia. Se estendo a mão com um sorriso, o outro também estende a sua e me retribui o sorriso. As pessoas se imitam. (...) Nunca pertenci a nenhum grupo, sempre pertenci a muitos. Esse é o lugar que escolhi para mim. Para os mais formais, devo parecer uma espécie de E.T. . Para os mais jovens, meio careta. É no que dá, pertencer a tantas gerações. Faço parte de uma tribo longe de qualquer tradição ou preconceito, de meio social indefinido, uma pessoa com idéias próprias, um certo bom senso. E que, mesmo defendendo as belas maneiras, dá mais valor à ética nas relações do que a qualquer procedimento tido como civilizado. (...) Mas também não devemos levar as coisas tão a sério. Vamos procurar ter boa vontade conosco e com os outros. (...) Gentileza não é artigo de luxo, mas sim de primeira necessidade." Na sala com Danuza (Introdução) - Danuza Leão


"Mas nessa noite tudo soa tão bem... (...) E tudo isso foi feito para mim e você..." Passageiro - Capital Inicial