16.2.07


"(...)Teus pés vão girando igual aos da porta estandarte/ Tanto faz qual é a cor da sua blusa/ Tanto faz a roupa que você usa/ Faça calor ou faça frio/ É sempre carnaval no Brasil/ Eu estou no meio da rua/ Você está no meio de tudo/ O teu relógio quer acelerar,/ Quer apressar os meus passos... (...)"
Nem 5 minutos guardados - Titãs
Natal e Carnaval sempre foram minhas datas preferidas. Tá, Ano Novo é delicioso, mas não tem a força destas duas datas para mim, é um ano que se inicia, e precisa ser iniciado, comemorando ou não, é um ritual, uma passagem. Já Natal e Carnaval sempre tiveram uma simbologia bastante significativa para mim, existe todo um enredo emotivo relacionado. Sempre fui extremista, meio que sem querer. Natal x Carnaval: uau. O primeiro não se resume ao aniversário de Jesus Cristo, Nosso Salvador, mas também é a data que marca o "a.C" - "d.C", a contagem de nosso tempo, que muitas vezes nos convida a renascer, cada um a seu entendimento do que é ser melhorado. De outro lado a festa que deveria ser da alegria, a "folga" que antecede a Quaresma, ou a preparação, confundiu os significados, bagunçou o coreto e vem reafirmando ano pós ano que esta é a festa da orgia, dos prazeres inconsequentes, onde "tudo póde, tudo dá". Bloqueiam por 4 dias o antes e o depois, importando exclusivamente com o já/ agora. Deu vontade? Vambora. E esses vão embora, nestes 4 dias, para o vazio - já que a luz não terá como brilhar escondida debaixo da mesa. No carnaval original, essa luz fica exposta, bem altão, e todos são iluminados refletindo em tantos outros. Originalmente, não era para ser uma festa de pagãos. Acho essa palavrinha bem feinha, porque soa como preconceituosa, como se quem não acreditasse na Verdade estivesse ao léo, destinado ao fracasso e ao pecado. E não é assim, Cristo veio para TODOS. Mas uma das tantas explicações da origem da data de carnaval, relata o paganismo como incentivador do auê. Bom, acontece que sempre esperei por essa data, sempre quis me divertir nestes dias, participava ativamente de cada hora destes 4/ 5 dias. Mas uma mudança ocorreu aqui dentro, e não tenho conseguido fazer diferente por hora. Não quero carnaval, não estou a fim do mesmo. "... HOJE EU QUERO PAZ, EU QUERO AMOR!", mas não quero "o diabo no quadril!" Entendem a diferença? Não é repulsa a música, a diversão, a folia. Meu coração que não anda se dando com o que não acrescenta, não edifica. E mesmo tendo muitas boas histórias de carnaval para contar, em nada me acrescentou, assim, como eu digo?, hummm... boas conquistas - isso. Neste ano vou me escutar mais, prestar atenção no que realmente me faz ter paz, desprendida do mundo. Ando tão cansada psicologicamente que esses dias viriam bem a calhar para um refresco, um tomar fôlego. Que bom seria se fossem apenas as boas e inocentes músicas, a alegria saudável, o fazer amigos novos. Aí eu estaria dentro. Não me venha com essa ladainha de que "depende de como você vê a situação", temos sim responsabilidades pela santificação do outro. Porque se eu colocar aquele decote sensual, estarei favorecendo que meu próximo peque, em atos e pensamentos. Não quero mais ceder ao sistema vigente só por alienação, porque a galera "da minha idade" curte. Tenho gostos e opiniões próprios, e convém rspeitar isso. Meu coração anda tendo necessidade de um carnaval edificante, e isso anda me fazendo pensar. Esse que o mundo me apresenta? Agradecida. Mas responderei com um "não, obrigada". Já perdí tempo o bastante com futilidades.