5.10.09


Se não gostas de ti, quem irá gostar? Se não te orgulhas do que fazes, quem se orgulhará? Se não tens respeito por tuas ações, quem haverás de ter? Se não sentes admiração por teus empreendimentos, quem irá sentir? Se não dás crédito às tuas decisões, quem poderás nelas acreditar? Se não te alegras com a vida que tens, quem vai alegrar-se com ela? Se és capaz de enganar a ti mesmo a quem não enganarás? Se ainda não aprendeste o verbo compreender, como podes conjugar o verbo amar? Se colocas fel nas mais puras emoções, por que te revoltas por levar uma existência amarga? Se destróis todas as estradas que trazem afeto, por que lamentas a solidão em que vives? Se não cuidas da tua lavoura de simpatias, por que estranhas não colher viçosas amizades? Se teimas em plantar a tristeza e o mal, por que te surpreendes quando germinam decepções? Se consentes que a inveja, o rancor e a maledicência dominem teu coração, por que não haverias de sofrer, no inferno da desconfiança? Se persistes em viver dentro do ontem, como podes enfrentar com alegria o amanhã? Se oscilas entre o passado e o futuro, como podes desfrutar bem o presente? Se não te dispões a perdoar as faltas alheias com que direito esperar perdão das tuas? Se nunca te decides a partir, por que anseias tanto em chegar? Se não tens fé, nem sonhas, nem te empolgas, por que acusar o mundo de ser árido e sem bondade? Por quê? (Welington Armanelli)